segunda-feira, 3 de setembro de 2018

Acusado de tentar matar torcedor durante tumulto na frente de estádio é julgado no Recife

Nesta segunda-feira (3), tribunal do júri define futuro de José Carlos Barreto, apontado como responsável por deixar Lucas Lyra com graves sequelas, há mais de cinco anos.


Tribunal do Júri se reúne nesta segunda-feira para definir o futuro de acusado de balear jovem torcedor na frente de estádio no Recife, há mais de cinco anos (Foto: TJPE/Divulgação)
Tribunal do Júri se reúne nesta segunda-feira para definir o futuro de acusado de balear jovem torcedor na frente de estádio no Recife, há mais de cinco anos (Foto: TJPE/Divulgação)

Mais de cinco anos depois, o caso de um torcedor que levou um tiro durante um tumulto na frente de um estádio e ficou com graves sequelas está perto do desfecho na Justiça de Pernambuco. Nesta segunda-feira (3), o tribunal do júri se reúne no Recife para julgar José Carlos Feitosa Barreto, acusado de tentativa de homicídio contra Lucas de Freitas Lyra, que na época tinha 19 anos.
O crime ocorreu às 18h30 do dia 16 de fevereiro de 2013, na Avenida Conselheiro Rosa e Silva, nos Aflitos, na Zona Norte do Recife, na frente do estádio do Clube Náutico Capibaribe, pouco antes de uma partida do Campeonato Pernambucano. Lucas chegava para assistir ao jogo quando ocorreu uma confusão com torcedores rivais do Sport, que passavam de ônibus pelo local.
O julgamento de José Carlos, que chegou a ser detido, mas responde ao crime em liberdade, teve início às 9h30, no plenário da 1ª Vara do Tribunal do Júri, no Fórum Rodolfo Aureliano, na Ilha Joana Bezerra, na área central da capital. Ex-segurança de uma empresa de ônibus, o réu responde por crime qualificado.
Lucas Lyra, torcedor do náutico que foi baleado em 2013  (Foto: Marlon Costa/Pernambuco Press)Lucas Lyra, torcedor do náutico que foi baleado em 2013  (Foto: Marlon Costa/Pernambuco Press)
Lucas Lyra, torcedor do náutico que foi baleado em 2013 (Foto: Marlon Costa/Pernambuco Press)
Segundo a denúncia do Ministério Público de Pernambuco (MPPE), José Carlos atingiu a cabeça de Lucas Lyra. O MPPE apontou que o réu agiu de uma forma dissimulada e que impossibilitou a defesa da vítima. O julgamento começou com o juiz fazendo perguntas à vítima.
Durante a sessão desta segunda-feira, está marcada a oitiva da perita do Instituto de Criminalística (IC) de Pernambuco Dulcy Maria Pereira, convocada pela defesa do réu. Ela foi a responsável pelo laudo da dinâmica do crime.
Em seguida, está previsto o interrogatório de José Carlos. A sessão, presidida pelo juiz Ernesto Bezerra, segue com o debate entre os responsáveis pela defesa e pela acusação.
Essa etapa do julgamento deve durar quatro horas e meia horas, incluindo o tempo de réplica para a promotoria. Depois dos debates, o conselho de sentença, formado com cinco mulheres e dois homens, se reúne para anunciar o veredicto.
Confusão na frente do Náutico deixou torcedor baleado. (Foto: Aldo Carneiro / GloboEsporte.com)Confusão na frente do Náutico deixou torcedor baleado. (Foto: Aldo Carneiro / GloboEsporte.com)
Confusão na frente do Náutico deixou torcedor baleado. (Foto: Aldo Carneiro / GloboEsporte.com)

Denúncias

Em abril de 2013, meses depois do crime, o Tribunal de Justiça (TJPE) aceitou a denúncia do MPPE. Além de José Carlos, outras três pessoas foram responsabilizadas pela promotoria. Eram o diretor da empresa de ônibus, o sócio dele e um borracheiro.
Para o MPPE, a tentativa de homicídio de Lucas foi resultado de uma comunhão de vontades de todos os denunciados.
A promotoria justificou que, em dias de jogos e outros eventos, a empresa de transportes contratava pessoas, por R$ 50, para fazer a segurança e proteção do patrimônio, com o objetivo de impedir depredações e evitar a evasão de receita.
Na época do crime, o MPPE in formou que os contratados pela empresa exerciam várias funções e não tinha formação nem autorização para fazer esse serviço de segurança.
Na denúncia, a promotoria apontou que a contratação era feita de forma verbal e aleatória pelo borracheiro. De acordo com o MPPE, ele convidava parentes e moradores das proximidades da sede da empresa, na Zona Norte, sob o consentimento do diretor e do sócio da transportadora.

Sobrevivente

Lyra ficou internado no hospital durante mais de três anos. Os médicos disseram para a família que ele só tinha 1% de chance de sobreviver. No dia 28 de agosto de 2016, no entanto, ele recebeu alta e voltou para casa.
O torcedor teve parte da coordenação motora do lado esquerdo comprometida. Lucas perdeu 7% da massa cefálica, não teve a parte cognitiva do cérebro prejudicada.

Fonte: Por G1 PE
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